Para iniciar o seguimento de quadrinhos do blog, escolhi Preacher, uma das melhores séries de HQs que já li, com alto nível de derramação de sangue, violência gratuita e que mais irrita diferentes religiosos por todo o globo.
Escrita por Garth Ennis e desenhada por Steve Dillon, possui 66 edições de seu arco principal e 6 edições especiais (666, sacaram?) publicadas pelo selo Vertigo da DC Comics, junto com diversos outros sucessos, como Sandman e Hellblazers.
A História
Durante suas edições, acompanhamos Jesse Custer, um pregador de uma pequena cidade que durante uma de suas missas acaba sendo possuído por uma entidade poderosa e desconhecida por ele, resultando em uma grande explosão que acaba carbonizando grande parte da igreja e deixando todos os ali presentes como torradas que passaram tempo de mais no forno, tendo apenas Custer como sobrevivente. Além de ser uma péssima convidada para festas, a entidade dá à Jesse uma habilidade extremamente fora de comum: a palavra de Deus, habilidade que permite que seu portador consiga obrigar qualquer um à fazer qualquer coisa que ele disser para ser feita apenas com o poder de sua voz.
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| Momento em que Jesse é possuido pela entidade |
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| Uma das muitas utilidades encontradas por Custer ao utilizar a "Palavra de Deus". "Grandes poderes, grandes responsabilidades " - BEN, Tio. |
Ao sair do local da explosão encontra Tulipa, sua ex-namorada acompanhada de um sujeito estranho conhecido como Cassidy, e o trio começa a andar juntos e ser caçado pelo governo americano e diferentes entidades e pessoas, pelos mais diferentes motivos, variando de um santo que pode matar qualquer ser vivo utilizando apenas pistolas até um adolescente que tem grande parte de seu rosto destruído em uma tentativa de suicídio conhecido como cara-de-cu.
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| O jovem fã de Nirvana carinhosamente apelidado como "Cara-de-cu" |
No decorrer da série temos as buscas de Jesse e seus amigos pela verdade sobre a entidade poderosa e o paradeiro do não tão onipotente e onipresente Deus, enquanto tentam sobreviver se deparando com diferentes vilões caricatos sendo eles mortais ou criaturas místicas.
Jesse Custer é o mocinho típico, não aguenta ver pessoas sendo reprimidas metendo seu bedelho e utilizando a palavra de Deus e principalmente seus punhos para modificar o acontecido. É um tremendo cabeça dura que faz só o que acha certo ser feito, sem se importar com o que as pessoas ao seu redor vão se importar quando se trata de manter seus amigos a salvo.
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| Uma das outras funções da Palavra de Deus - um pouco mais útil que a anterior. |
Tulipa é ex-namorada de Jesse que se envolveu com o mundo do crime e trabalha como assassina de aluguel e possui pensamento e mira altamente afiados. Chega a ser tão cabeça dura quanto Custer, o que torna o casal muito interessante durante o desenvolvimento da história.
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| Tulipinha mostrando como é um amor de pessoa. |
Cassidy um dos personagens mais envolventes, por possuir um passado sombrio e ser nada mais que um fodendo vampiro e parecer ser um grande amigo, estando ao lado de Jesse durante bebedeiras alcoólicas e derramamento de sangue alheio.
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| Cassidy filando uma boia |
Afinal, vale a pena ler?
Preacher não é uma história leve quando se trata de violência, sendo recomendada para aqueles que não se impressionam com facilidade ou não se importam em ver corpos carbonizados ou cabeças explodindo no decorrer de seus quadrinhos.
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| Sangue é algo um tanto quanto comum nas páginas de Preacher. |
Em suas páginas estão presentes críticas duras ao cristianismo, utilizando Custer e diferentes itens presentes em seu passado como forma direta de apontar diferentes contradições e erros presentes em tal religião, desde sua hierarquia geral até diferentes superstições cultivadas por aqueles que seguem seus mandamentos e pregadores, além de criar um ambiente que faz até alguns adeptos a teorias conspiratórias babarem. Esses fatos tornam sua leitura não recomendável para aqueles que se ofendem com facilidade quando seu calo religioso é apertado. Agora, se você mesmo sendo religioso possui sua mente aberta, Preacher pode ser uma ótima ferramenta para apurar o seu lado crítico, o que nunca é de mais.
Como pode ser notado, para acompanhar as andanças de Custer, Cassid e Tulipa em busca de Deus, é necessário gostar, ou ao menos suportar uma grande quantidade de mortes sangrentas e críticas religiosas. Se você se encaixa nesse grupo encontrará em Preacher um prato cheio de cenas inesquecíveis vividas pelos protagonistas ou por personagens secundários (que mesmo não estando sempre em primeiro plano não deixam de ser tão espetaculares como os principais), passando de diferentes piadas pesadas até traumas psicológicos e físicos - que mesmo sendo em alguns pontos chocantes, ainda possuem um grande valor na construção do caráter dos personagens, que podem parecer um pouco estereotipados no inicio da história, mas se tornam mais complexo com o passar do tempo.
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| Cassidy mostrando como é simples voar por ai |
No geral se você aguenta imagens fortes e piadas sujas, vai achar Preacher um prato cheio para passar o tempo, pois possui uma leitura simples e divertida, com diversos momentos que farão sua mente explodir e te deixarão pensando por alguns dias no ocorrido. O universo místico é bem construído, o que te deixa com vontade de entender melhor as regras que o regem por não deixarem muitas pontas soltas e se encaixando com a mitologia geral presente na Bíblia, mesmo que tornando Deus e os habitantes do céu um pouco mais "humanos" por mostrar seus erros e inseguranças. Você se apaixona com certa facilidade pelos personagens, o que te faz querer conhecer o passado de cada para entender o motivo por agirem da forma que agem em diferentes ações. É uma história que vale a pena "perder" um certo tempo lendo e você perceberá isso assim que ler a primeira edição.









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